segunda-feira, 30 de julho de 2012

Baratas


No domingo não se matam baratas.
E como um contrato, na esperada folga fria e alheia, 
chove.

Preparo-me para celeuma em silêncio uniformizado,
em pé-de-cinzas.

No gris sem sol nem céu,
a deusa celta não pode usar seu Ray Ban.
Furiosa, velozmente mandou os flecheiros atirar aos sabiás, 
para que o esplendor do cinema se avantaje em 3D. 
Delicioso tempo de aborrecimento divertido.

Em dia de chuva não se quer mexer em água 
e por isso, não precisar lavar louça 
recheia as lixeiras.
É um espaço público; 
privado e coberto.

Nos odores de
perfume à carbonara e
coelho a tira-colo,
uma elegante pausa 
distraída e flatulenta
bem em frente a livraria. 

Em pleno corredor:
massagem relaxante do limite do ridículo. 
(dis)plena em loja:
auditoria do caos vaidoso e do ridículo sem limite.

As vidas que lá estão, livres apenas em sonhos de plasma,
degustam em salivas e camisas de clubes
a matança bovina em dois hamburguers e pão.

E palhaço.

Para as crianças, em caixas coloridas,
prendas gordurosas 
de matizes emocionais com tempo determinado 
tal qual sorvete ao chão.

Para as baratas, 3 pares de havaianas.

Para mim, 
sorri a vida, 
às 23:10.