No domingo não se matam baratas.
E como um contrato, na esperada folga fria e alheia,
chove.
Preparo-me para celeuma em silêncio uniformizado,
em pé-de-cinzas.
No gris sem sol nem céu,
a deusa celta não pode usar seu Ray Ban.
Furiosa, velozmente mandou os flecheiros atirar aos sabiás,
para que o esplendor do cinema se avantaje em 3D.
Delicioso tempo de aborrecimento divertido.
Em dia de chuva não se quer mexer em água
e por isso, não precisar lavar louça
recheia as lixeiras.
É um espaço público;
privado e coberto.
Nos odores de
perfume à carbonara e
coelho a tira-colo,
uma elegante pausa
distraída e flatulenta
bem em frente a livraria.
Em pleno corredor:
massagem relaxante do limite do ridículo.
(dis)plena em loja:
auditoria do caos vaidoso e do ridículo sem limite.
As vidas que lá estão, livres apenas em sonhos de plasma,
degustam em salivas e camisas de clubes
a matança bovina em dois hamburguers e pão.
E palhaço.
Para as crianças, em caixas coloridas,
prendas gordurosas
de matizes emocionais com tempo determinado
tal qual sorvete ao chão.
Para as baratas, 3 pares de havaianas.
Para mim,
sorri a vida,
às 23:10.